segunda-feira, 15 de abril de 2013

Senador quer o fim do“dinheiro sujo” nas campanhas eleitorais

Jorge Viana defende reformas para moralizar a política e diz que solução é financiamento público nas eleições. “Nosso sistema político está falido”, lamenta
O sistema político eleitoral brasileiro está falido e não atende aos princípios da democracia que o Brasil conquistou. A avaliação é do senador Jorge Viana, que subiu à tribuna na sexta-feira, 12 de abril, para voltar a defender a reforma política. Ele disse que o Congresso Nacional deve colocar o financiamento de campanha no centro das discussões nacionais. “Se foi feita a Lei da Ficha Limpa, que seja feita agora a Lei do ‘Dinheiro Limpo’ na eleição”,defendeu.
O Partido dos Trabalhadores vai lançar, nos próximos dias, uma campanha nacional para recolher 1,5 milhão de assinaturas em defesa da reforma política e da regulação da mídia. A ideia é que as manifestações de apoio pressionem o Congresso a retomar os debates em torno da reforma política.
Segundo Jorge Viana, a raiz da corrupção eleitoral está no dinheiro privado que beneficia as máquinas partidárias. “Colocar fim ao dinheiro sujo na eleição já é, talvez, a essência do que podemos fazer para resgatarmos a confiança do eleitor, do cidadão brasileiro, no processo que está na essência da democracia, que é a eleição”, discursou. “É preciso lutar pelo dinheiro limpo na eleição, pela transparência, colocar um teto para os candidatos poderem gastar”.
O senador lamentou o fato de o Congresso não avançar nos debates sobre a reforma política. “O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral está assumindo uma campanha pública pela democratização do dinheiro na eleição”,comentou o parlamentar. Na quarta-feira, ele e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), receberam representantes da OAB, UNE e CNBB, além e de outras entidades da sociedade civil, para defender novas regras para o financiamento de campanhas eleitorais.
“A classe política, a cada dia, perde um pouco mais de prestígio”,lamentou Jorge Viana. “Será uma irresponsabilidade se as eleições gerais do ano que vem mantiverem o mesmo sistema de financiamento eleitoral”. Ele critica o modelo atual que não garante transparência na prestação de contas e lembra que a legislação não estabelece tetos nos gastos dos candidatos. “É preciso colocar um teto para os candidatos poderem gastar. Hoje, no Brasil é interessante que há teto para doar, mas não há para receber”, concluiu.

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